terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Brasil 2x0 Itália

Agora há pouco em Londres, o Brasil bateu a Itália, atual campeã mundial. Dois gols no primeiro tempo e uma boa atuação de Robinho que, no entanto, prossegue sua carreira de altos e baixos no futebol inglês. A Itália, por sua vez, reforça a minha tese que só venceu a última Copa pelo esvaziamento técnico do torneio; é um time mediano para bom e nada mais - muito pouco, no entanto, para uma seleção campeã mundial.

Pra ser sincero, já não sinto muito prazer em ver jogos da Seleção e me pergunto até mesmo se faz sentido falar em futebol de seleções nos dias atuais - e isso se deve em grande parte à Globalização, que "espalha" os jogadores pelo mundo, tirando o caráter nacional do esporte. Enfim, enquanto os melhores do Brasil, da Argentina e da África estão na distante Europa, italianos jogam na Espanha, ingleses jogam na Itália e assim por diante. Ver uma "Seleção Brasileira" de jogadores que sequer atuam no país não faz sentido - em última instância é uma seleção de brasileiros, não uma seleção do Brasil e creio que o mesmo valha para os demais times "nacionais".

No fim das contas, isso pode ter seu lado bom (integração dos povos etc), contudo, se continuar assim por mais tempo, teremos de pensar em organizar Copas do Mundo de clubes e não mais de "seleções nacionais".

2 comentários:

  1. Os boleiros viraram cidadãos do mundo, almejam um nível de remuneração inviável para os clubes brasileiros e alcançaram um estágio de profissionalismo e marketagem impensável no Brasil.

    Faço uma constatação, não um juízo de valor, mas é claro que isso ocasiona uma redução do interesse pelos jogos da seleção. Os caras não jogam nos times para os quais torcemos, não disputam nossas competições. E não tem unfanismo eletrônico do Galvão Bueno que consiga disfarçar tudo isso.

    Por outro lado, tenho percebido que os meninos e adolescentes desenvolvem um interesse cada vez maior pelos times europeus. Aqui no condomínio, usam camisas, discutem e torcem para Milan, Real Madrid, Manchester e acompanham de perto seus campeonatos. Sabem de cor o sexto colocado do Italiano ou o nono do Inglês. Sintomático.

    ResponderExcluir
  2. Anrafel,

    Concordo com boa parte do que você colocou, no entanto, essa questão do "profissionalismo" na Europa não é tão concreta quanto parece. A do fenômeno de marketing sim: O futebol na Europa se converteu em uma fonte bilionária de dinheiro e coincide com o êxito desportivo quando isso dá lucro - o que é recorrente, mas não perene.

    Há alguns anos, Vanderlei Luxemburgo deu uma entrevista reclamando da estrutura do futebol brasileiro e disse algo do tipo "se dessem para mim ou para o Felipão algum daqueles times da Europa, vocês (os jornalistas) veriam o que fariamos". Pois é, as coisas não eram bem assim. Luxemburgo rodou porque dirigiu um time com muito dinheiro em caixa que, no entanto, não se preocupava em fazer contratações com critério - bastava aparecer um nome "galáctico" e era contratado para vender camisa e dar dinheiro para o clube com marketing -; Felipão rodou em um clube cujo proprietário é um sujeito que ninguém sabe exatamente como se tornou bilionário e que trata o time como se fosse um brinquedinho.

    Claro, há projetos sérios por lá - mais que aqui -, mas acho que padecemos mais da nossa inferioridade econômica em relação ao futebol Europeu e por uma cultura de submissão ao que vem de fora do que por nossa desorganização administrativa. O jogador não se vê como sujeito do futebol nem está disposto fazer nada pelo futebol nacional.

    Quanto a questão do torcer por times do exterior, sim, cada vez mais jovens "torcem" por clubes europeus, no entanto, eu pessoalmente teria dificuldades em "torcer" por um clube de outro continente - não por nacionalismo, mas pela impossibilidade física em não poder acompanhar treinamentos ou ver jogos dele no estádio (ou muitas vezes pelo desconhecimento de como realmente funciona o próprio país onde esse time joga).

    Torcer por uma seleção majoritariamente de estrangeiros como se concretizou da Copa de 2006 para cá, se enquadra, mais ou menos nesse sentido na minha visão.

    ResponderExcluir