sábado, 3 de outubro de 2009

Uma Provocação aos Sábados

(Avenida Paulista - Centro Gravitacional do Capitalismo Brasileiro)


(Algum lugar - ou lugar algum? - na periferia de São Paulo)

Só pra constar: A distância espacial que separa esses dois lugares é de apenas cinquenta quilômetros cravados - em desenvolvimento humano, porém, há um abismo entre eles. Que fique claro, inclusive, que a situação de um se relaciona diretamente com a do outro. Bem-vindos ao deserto do Real.

2 comentários:

  1. Ontem mesmo fui a Santos, voltando no mesmo dia.

    Na rodoviária, é proibido fumar nas plataformas, mas é obrigatório respirar a fumaça dos ônibus.

    Antes de embarcar, cópias do Estado de S. Paulo 'de grátis' disponíveis na plataforma. De uns trinta passageiros, só dois pegaram - ninguém mais lê jornal impresso no Brasil, quando muito é um Já ou Agora, um desses tablóides que espirram sangue. Enfim, de duas uma (ou ambas): ou há uma cosa nostra entre as rodoviárias (que pertencem a quem mesmo?) e as empresas de jornalismo, ou estão tão desesperados que dão de graça o jornal, já que quase ninguém compra.

    Na viagem, vi coisas 'do gênero' dessas fotos, pessoas morando em barracos nas 'ilhas' de grama entre um acesso viário e outro. Só uma olhada pela janela numa curta viagem dessas é melhor que qualquer jornal, mesmo sendo apenas a pontinha do iceberg da realidade observável.

    Talvez seja por isso que oferecem jornal de graça antes de embarcar no ônibus.

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  2. Luis,

    De todos os meus amigos na faculdade, só conheço três que leem jornal impresso diariamente. Uma amiga minha que lê a Folha só continua a receber o dito jornal porque os pais dela insistem em assinar, ainda assim, ela prefere se informar pela blogosfera. Os outros dois, leem o Estadão, um deles, conservador compra por costume o outro socialista-libertário, lê também porque o pai dele assina. A esmagadora maioria do pessoal não tá nem aí.

    Esses jornais insistem em vender uma visão de mundo recorrente ao mundinho encantado e enganador que existe da Marginal do Tietê até Moema, da Marginal Pinheiros até o cemitério da Consolação. Um mundinho de uma espécie de velhos burgueses e pequeno-burgueses que não conhecem nem a própria cidade onde vivem, imagine só o Brasil.

    E São Paulo, seja na periferia do próprio Município ou no anel de miséria e pobreza na Região Metropolitana é um lugar muito complexo. Um mergulho na periferia paulistana é, sobretudo, uma viagem introspectiva capaz de demolir as verdades convenientes sobre as quais se assenta a ideologia antipovista que mantém o PSDB vivo e consubstancia o Serrismo - e marca a oposição mais desqualificada contra o Governo Lula.

    abraços

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